Wednesday, August 26, 2009

Estar à altura

Neste momento estou de férias, já tenho apartamento e estou a tratar da mudança, mas os últimos dois meses foram de alguma frustração.

As circunstâncias levaram a que o final dos 4 meses de aviso, para terminar o contrato de arrendamento, calhasse a 1 de Setembro. Isto fez com que a minha procura por um novo apartamento recaísse sobre Julho e Agosto, talvez os piores meses do ano para se procurar casa para arrendar. Entre o desespero da procura contra-relógio, ficaram algumas histórias engraçadas.


Respondi a um anúncio particular, que apesar de não indicar preço de arrendamento tinha um conjunto de fotos que me levaram a arriscar. Mas afinal o anúncio não era particular, era de uma imobiliária, que nunca descobri o nome, e o preço era para ser discutido depois da visita ao imóvel.

Era um prédio antigo, mas o apartamento em si até estava em bom estado. Ou então, a minha avaliação estava afectada pela quantidade de horrores que visitei, e que ajudaram a redefinir o meu conceito de bom estado, pondo a fasquia bastante mais baixa.

Uma das particularidades do apartamento era o WC e a cozinha estarem num piso mais elevado, mas ao mesmo tempo terem daquelas portas com vidraça por cima. Dentro dessas divisões a minha cabeça ficava mais elevada que a porta, o que me obrigava a curvar e descer o degrau ao mesmo tempo. Para ajudar, ao descer as escadas do prédio, o tecto era baixo ao ponto de ponderar me sentar nas escadas para as descer. A isto junte-se a inexistência de corrimão (havia umas cordas penduradas na parede).

De volta à rua, a senhora da imobiliária comunicou-me um valor de renda bem acima do meu tecto (no pun intended). Mas, apesar de já ter decidido que não iria arrendar aquele apartamento, indaguei sobre a possibilidade de negociar o valor. A senhora apelou ao meu bom senso, afinal tratava-se de um edifício centenário num bairro emblemático da capital. Pronto, decidi parar por ali. Alertei-a para as dificuldades em movimentar-me no apartamento e no próprio edifício como factores determinantes para não estar interessado. O que não esperava foi o que veio a seguir:

- Mas o senhor é que é muito alto!

Mas é claro que sou. Tenho cerca de 1,85m, obviamente é um luxo encontrar uma casa para a minha altura. Talvez na cabeça da senhora, e para juntar à honra de viver num edifício centenário, eu devesse alegremente pedir que me amputassem uma secção das pernas para poder ficar numa altura mais adequada àquele apartamento.

No comments:

Post a Comment